O segundo semestre do ano começa com os preços de energia em alta devido às chuvas abaixo da média nos últimos meses, o que aumenta a necessidade de maior geração térmica para atender à demanda de pico. Simulações feitas pela CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica) indicam que o PLD (Preço de Liquidação das Diferenças) pode ultrapassar uma média de R$ 300/MWh em setembro em três dos quatro cenários avaliados, conforme detalhado no documento InformaCCEE, a partir da página 70.

Na última segunda-feira (1º), o PLD não permaneceu no piso de R$ 61,07 e subiu para R$ 107,52 (o valor mais baixo do dia). Especialistas afirmam que essa mudança no patamar mínimo indica uma tendência de aumento nos preços. Na sexta-feira dia 28 de junho, por exemplo, o PLD chegou ao teto de R$ 1.470,57/MWh, mas ainda assim retornou ao piso de R$ 61,07/MWh no mesmo dia.

Custo da água
Segundo o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), o custo da água alcançou R$ 2.126/MWh em todos os subsistemas nos últimos dias, elevando o CMO (Custo Marginal de Operação). O operador destaca que não houve restrição de escoamento e que a variação do CMO “não está relacionada a mudanças na política operativa, intervenções na rede ou alterações estruturais nas condições de oferta e demanda”.

Ainda conforme o operador, na semana passada, quando o PLD disparou, o despacho de termelétricas atingiu R$ 745/MWh. Houve também um despacho termelétrico adicional para atender ao pico de carga, com CVU (Custo Variável Unitário) de até R$ 929/MWh. “A equipe do ONS continua analisando esses resultados para aprofundar a caracterização das condições que levaram ao aumento no valor da água”, afirmou em nota.

Solo seco
Especialistas apontam uma preocupação adicional: o solo muito seco na região Sudeste, que está nos mesmos níveis de 2021, ano em que ocorreu uma crise hídrica no país.

Os reservatórios da região, considerada a “caixa d’água do setor”, estão em níveis relativamente confortáveis, mas o solo mais seco absorve mais água, o que exige mais chuvas do que o previsto para sua recuperação.

Fonte: Agência Infra

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