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No artigo de hoje, vamos falar sobre o Dilema do Operador Nacional do Sistema, que é a decisão de despachar as usinas hidrelétricas ou as usinas termelétricas para realizar o atendimento da demanda no menor custo possível sem compromentimento no atendimento da demanda futura.
O Sistema Interligado Nacional – SIN é um sistema hidrotérmico de grande porte para produção e transmissão de energia elétrica, cuja operação envolve modelos complexos de simulações que estão sob coordenação e controle do Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS. Na produção de energia, a principal característica operacional do Sistema Elétrico Brasileiro (SEB) é aproveitar, na medida do possível, seu potencial hídrico, minimizando o uso das termelétricas. Dessa maneira, o custo decai, visto que o custo do combustível fóssil utilizado pela usina termelétrica é superior à operação da usina hidrelétrica.
Entretanto, o uso excessivo das hidrelétricas aumenta o risco de não atendimento da demanda futura, risco de déficit, uma vez que esse tipo de fonte está sujeita a um componente altamente aleatório, a precipitação.
Trabalha-se então com o seguinte dilema: se as hidrelétricas forem utilizadas intensamente, corre-se o risco do não atendimento da demanda futura numa situação de seca hidrológica, caso contrário, se as termelétricas forem bastante acionadas, aumentando o custo de produção de energia e correndo o risco dos reservatórios, operando mais cheios, verterem um excedente de água na ocorrência de um período chuvoso mais intenso, ou seja, a água que poderia ser empregada para gerar energia elétrica seria simplesmente descartada pelo sistema e o custo de produção de energia seria bem mais elevado.
As consequências operativas de cada decisão são descritas abaixo:
1.Vertimento: caso a decisão seja manter os reservatórios cheios no presente, acionando usinas térmicas para atendimento da demanda e, no futuro, as afluências forem altas, a decisão foi conservadora e acarretará vertimento nas usinas hidrelétricas, visto que com essas afluências haverá volume de água superior à capacidade dos reservatórios, que foram mantidos cheios;
2.Operação econômica: caso a decisão seja manter os reservatórios cheios no presente, acionando usinas térmicas para atendimento da demanda, mas as afluências futuras forem baixas, a decisão foi correta, visto que com os reservatórios cheios, será possível utilizá-los, gerando a energia;
3.Operação econômica: caso a decisão seja por esvaziar os reservatórios no presente, minimizando o custo de combustível e, no futuro, as afluências sejam altas, a decisão foi acertada, visto que com essas afluências será possível encher os reservatórios novamente, sem riscos ao atendimento da demanda futura;
4.Déficit: caso a decisão seja por esvaziar os reservatórios no presente, minimizando o custo de combustível, mas as afluências futuras forem baixas, devido a precipitações abaixo da média, pode haver dificuldade em encher os reservatórios que foram esvaziados, havendo o risco de déficit de energia para atendimento de toda a demanda.
Seguindo o raciocínio anterior, o fluxograma detalha o problema de como despachar as usinas, a decisão do operador que depende das afluências futuras e as consequência dependendo de qual ação foi tomada.
O problema de despacho das usinas do sistema, onde o Dilema do Operador se insere, é conhecido por Planejamento da Operação Energética.
Até a próxima!
Equipe G2 ACADEMY.